Bieka no Ibirapuera

Há uns bons anos atrás eu ganhei uma Bieka bem conservada. Coloquei um filme EPT 120, cromo tungstênio ISO 160 e dei umas voltas pelo parque Ibirapuera.

A câmera 6x9cm permitia que fossem tiradas quantas fotos eu quisesse em cada quadro, até que eu avançasse o filme.

Esses negativos, que eu revelei em C-41 no meu lab, ficaram no fundo de uma caixa de papel fotográfico não identificada por engano, e eu os encontrei hoje. Surpreso, coloquei alguns no DT-s1030ai e fiz alguns scans para ver o que é possível fazer com eles.

Os negativos estão mais ou menos assim:

Screen Shot 2016-07-11 at 5.00.38 PM

O negativo na verdade tem mais véu de base que isso, eu cancelei bastante dele com a calibragem do scanner cilíndrico (esse não é o jeito correto de escanear negativos cor, mas é um atalho que às vezes rende bons frutos). Note que o filme vencido já tinha um lado com pigmentos alterados.

Depois de um pouco de edição a primeira imagem ficou assim:

parque01_web

Ainda preciso fuçar nos outros negativos desse dia e descobri o que pode alinhavar uma história entre as imagens.

O que fazer com um Powermac G5?

Digitei a frase acima em diversas línguas no Google, tentei de toda maneira encontrar algo que não fosse simplesmente aproveitar o case do computador para colocar outro computador dentro.

O site Everymac mostra o preço de lançamento como 1999 dólares em 2005. http://www.everymac.com/systems/apple/powermac_g5/specs/powermac_g5_dual_2.0.html É muito dinheiro para algo realmente inútil hoje em dia. No mercado de usados um G5 vale menos que um Mac Mini Core Duo. O G5 além disso produz mais calor e gasta mais eletricidade, faz mais barulho.

O fato é que esse foi um dos últimos computadores a serem lançados com o chip PowerPC da IBM antes da mudança para Intel. Então apesar de ser um computador super poderoso que deveria durar até hoje, ele não pode usar os softwares e o OS disponíveis agora, ficou preso ao OSX 10.5.8.

E por outro lado não pode também ser usado como um computador vintage já que nesses modelos a Apple abandonou a expansão PCI que torna os computadores capazes de serem ligados a scanners antigos, por exemplo, com placas SCSI. Ou seja, um case enorme cheio de espaço, mas um computador inviável de expandir atualmente. Logo, o que fazer com um PowerMac G5?

Oficina de Construção de Câmera Digital Artesanal • Sesc Campinas

Foi ontem e rolaram fotos interessantes. O espaço oferecido pelo Sesc foi perfeito, um quiosque no meio do jardim, muita luz e contraste para poder escanear tranquilamente.

grupo

Desmontamos um scanner antigo com portas paralelas só para entender as peças e seu funcionamente, depois tentamos fazer a câmera com um HP 2400, por incrível que pareça deu certo. Eu usei um laptop do Sesc dessa vez, era um PC Dell, então foi um pouco diferente e esse scanner que não funciona em Macs, não deu problema com o PC. Usamos o Vuescan em modo trial, por isso os escritinhos sobre a foto.

A Ligia Minami me fez uma visita e mandou umas fotos lindas! Olha só:




Foi uma prova de conceito interessante, afinal a proposta é que qualquer um possa fazer isso em qualquer computador (ainda não encontrei uma solucão para o Linux que evite usar o driver SANE que não permite essa nossa brincadeira até onde eu sei).

foto01

Traquitana do Claudio • Modificações I

A grande descoberta fuçando na Nikon FE é que quando o obturador abre em Bulb (B) o circuito de sincronismo do flash se fecha por toda a exposição. Acho que isso pode ser aproveitado como circuito de controle do motor ao invés dos cabos disparadores duplos, vou testar um cabo PC deve servir. Para quem não sabe o que significa esse PC, segue o link da wikipedia.

Adicionei um perfil L à base para servir de suporte quando no tripé e para acomodar as baterias. Usei parafusos 4mm cabeça hex reaproveitados do scanner 1045. Agora a câmera para de pé sobre a mesa e ainda tem um quickrelease plate padrão preso na base que permite que ela fique presa a uma cabeça fluída.

O visor da Yashica Electro poderá ajudar em fotografias com mais movimento, já que o visor da câmera fica escuro durante a exposição.

Para manter pressionado o botão que destrava os sprockets e permite rebobinar o filme fiz um clip de alumínio que fica preso por um parafuso com manopla resgatado de uma cabeça de ampliador Durst.

Fazia um tempo que eu queria comprar uma furadeira/parafusadeira, acho que agora é o momento, penso em escolher um modelo 9.6V e assim poderei aproveitar a bateria dela na câmera de vez em quando. Será que é fácil fazer a adaptação?

11 Anos de Parodinal

No próximo 16 de setembro de 2015 completam 11 anos do Parodinal. A história teve várias etapas, mas o post original do usuário sneerath no usenet:rec.photo.darkroom sobre uma fórmula que substituia o p-aminofenol por paracetamol na manufatura de Rodinal já marcava 1 ano dessa pesquisa.

O post original: http://www.photography-forums.com/threads/acetaminophen-paracetamol-developer.92639/ agora preservado dentro de outro site.

Ele menciona esse fotógrafo holandês mais abaixo: https://groups.google.com/forum/m/#!topic/sci.chem/XZsZS31nF4U nesse post de 16 de setembro de 2004.

Aqui a receita derivada desse post no site de Donald Qualls: http://silent1.home.netcom.com/Photography/Dilutions%20and%20Times.html#Parodinal

Não é muito difícil entender daonde o cara veio olhando as duas página a seguir, basta prestar um pouco de atenção às moléculas de http://en.wikipedia.org/wiki/Paracetamol e de http://en.wikipedia.org/wiki/4-Aminophenol também conhecido como p-aminofenol.

Tenho pensado em como essas pequenas conexões são importantes para a prática fotográfica desde o início. Não chegam a ser descobertas, mas são conexões que mudam o propósito de algum material ou equipamento e nessa nova função ou etapa há uma microrevolução na maneira de fazer a coisas.