Bieka no Ibirapuera

Há uns bons anos atrás eu ganhei uma Bieka bem conservada. Coloquei um filme EPT 120, cromo tungstênio ISO 160 e dei umas voltas pelo parque Ibirapuera.

A câmera 6x9cm permitia que fossem tiradas quantas fotos eu quisesse em cada quadro, até que eu avançasse o filme.

Esses negativos, que eu revelei em C-41 no meu lab, ficaram no fundo de uma caixa de papel fotográfico não identificada por engano, e eu os encontrei hoje. Surpreso, coloquei alguns no DT-s1030ai e fiz alguns scans para ver o que é possível fazer com eles.

Os negativos estão mais ou menos assim:

Screen Shot 2016-07-11 at 5.00.38 PM

O negativo na verdade tem mais véu de base que isso, eu cancelei bastante dele com a calibragem do scanner cilíndrico (esse não é o jeito correto de escanear negativos cor, mas é um atalho que às vezes rende bons frutos). Note que o filme vencido já tinha um lado com pigmentos alterados.

Depois de um pouco de edição a primeira imagem ficou assim:

parque01_web

Ainda preciso fuçar nos outros negativos desse dia e descobri o que pode alinhavar uma história entre as imagens.

Cartaz Bolsa Zum de 2014 • Elaine Ramos

Recentemente o IMS publicou um histórico dos cartazes da Bolsa Zum. A Elaine conta a história do de 2014 quando ela veio aqui no estúdio usar o scanner tamanho A3:

“O cartaz da Bolsa de Fotografia de 2014 foi feito a partir do escaneamento de equipamentos fotográficos. Com a ajuda do fotógrafo Guilherme Maranhão eu dispus máquinas e lentes diretamente sobre o vidro do scanner, obtendo a silhueta deles em alto contraste. A composição final mantém a escala original dos objetos e faz um jogo de espelhamentos entre elementos geométricos circulares e retangulares e o desenho disforme das alças das máquinas.”

Screen shot 2016-06-09 at 1.22.40 PM

 

A Nikon 8008s e a 300mm já vendi. A objetiva SMC Takumar já vendi. A objetiva Canon 35mm EF já vendi. A Hasselblad é da Elaine. A Linhof Technika está a venda, rsrsrsrs. Como as coisas vem e vão…

Naquele dia usamos o PFU DL-2400p, foi necessário um softbox sobre o scanner para facilitar a geração das silhouetas. Protegemos o vidro do scanner com uma folha de poliéster.

ICE e filmes preto-e-branco 

A tecnologia ICE no escaneamento consiste em escanear o original com uma luz infravermelha e utilizar essa imagem para determinar o que é imagem e o que é sujeira nos arquivos obtidos com luz branca de originais  tais negativos coloridos e positivos coloridos.  O software processa as duas imagens e faz comparações entre as duas para localizar a sujeira.

Com filmes preto-e-branco a coisa não funciona tão bem, já que a prata reflete luz infravermelha tanto quanto a sujeira. Bom, isso provoca uma certa confusão por parte do algoritmo que faz a “limpeza”, que pode ser bem interessante como essa solarização localizada que ocorreu em um negativo de Tri-X escaneado no Pakon F135 Plus com o ICE ligado.

Screen DT-S1045AI • o início da reforma

No fim de Julho passado recolhi um 1045 que pertencia ao Ricardo, o antigo proprietário do Cezanne também. Foi um processo em etapas e a última foi um carreto com quatro pessoas para erguer os 160Kg desse aparelho para dentro de um furgão.

Para aliviar o peso eu já havia retirado várias peças do scanner com uma certa antecedência. E também havia checado o estado das rodinhas sobre as quais ele estava apoiado pelos últimos 20 anos.

screen dt-s1045ai

Chegando ao estúdio, com um chão lisinho, foi muito fácil manobrar o scanner. Dei início a uma faxina pesada para tirar o excesso de poeira e algum mofo.

screen dt-s1045ai

O Powermac 9500, as portas, cabos diversos, cilindros, unidade de montagem de cilindros, vários parafusos e outros dois Macs G4 fizeram a viagem separadamente. O Powermac 9500 era original do scanner (ele vinha dentro do scanner para fazê-lo funcionar), tinha um tanto de ferrugem na parte externa, liguei na tomada e ele me devolveu um puf de fumaça e faíscas. Desmontei, salvei placa de vídeo e HDs e mandei para a reciclagem.

1045_cabeça

Comecei a desvendar o scanner, investigar suas partes internas, fazer uma limpeza mais fina e precisa. Descobri mofo nas lentes que focam o feixe de luz, mofo na lente da ocular de foco, etc.

Então fiz minha primeira tentativa de ligá-lo, tudo correu bem. Usei um dos Macs G4 para fazer uma nova instalação. Consegui ajuda num grupo dedicado a esse modelo de scanner na internet. A instalação foi bem e o computador conectou-se ao scanner sem problemas.

Tentei executar um primeiro escaneamento e encontrei o Err.01. O scanner estava incapaz de calibrar o branco. Li e reli diversas mensagens a respeito, pode ser tudo de lâmpada velha à fonte do scanner incapaz de gerar 15 volts. Fiz uma limpeza profunda na caixa inferior e aguardo lâmpadas no correio.

screen dt-s1045ai

Em breve saberemos o que aconteceu com esse aqui.

ICG 370hs • teclado

Mais um scanner necessitando de uma solução. Dessa vez é um ICG 370hs de cilindro. Ele pertence a um amigo que vinha usando ele sem problemas até que um dia ele não ligou.

A máquina em si é mais complexa que a maioria, mas por outro lado é também mais exposta. A força entra no ICG e passa por um regulador de voltagem que fica numa placa de circuitos. Essa mesma placa recebe fios que vem de diversos sensores e motores pelo scanner. E dessa placa partem 3 cabos seriais que se conectam a um PC que habita dentro do ICG, ali acontece o processamento e a comunicação com um Mac que opera o scanner.

Para ver o que está acontecendo de errado é possível conectar um monitor VGA e um teclado ao PC. Monitor ok, mas teclado AT (anterior ao PS/2) foi um pequeno desafio que vinha se desenrolando há umas duas semanas até que eu mencionei para o Wilson, na festa junina no sítio da Telma. Ela ouviu e me mostrou um teclado que ela tinha guardado.

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Um teclado AT!

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