Estava olhando alguma rede social quando fui encontrado por um anúncio de um festival de fotografia. Era para um Open Call de uma exposição. Dessas que tem que pagar para participar até da seleção, era triste demais e fora das minhas posses. Mas tinha um texto propositivo e inspirador. A idéia era produzir algo no lugar onde passamos mais tempo durante a pandemia, no nosso quarto ou na nossa mesa de trabalho em casa. Aquilo me encheu de idéias, apesar de eu não ter a menor intenção de participar da seleção.

Comecei escaneando meu rosto, de modo que a minha respiração ficasse registrada no vidro do scanner que estava gelado.

Depois abri o arquivo no computador, com cuidado pintei o nome da marca do computador para não aparecer e fotografei com uma DSLR. Deixei o celular ao lado para já anunciar o que viria. Na imagem seguinte, abri a webcam do computador cujo monitor aparece ao fundo.

Nos reflexos da tela aparecia eu também, enquanto fotografava a tela com o telefone. A fita azul que meu filho usou para decorar o teclado do outro computador já ia tecendo um padrão.

Parei para atualizar o Ubuntu Studio e abri a primeira imagem no celular também. Fotografei com um outro smartphone. Comecei a usar algumas coisas que eu achei no lixo daqui, esse era um smartphone THL 5000.

Um tratamento PB com contraste reforçado foi necessário para fazer um print em carbono que iria figurar na próxima imagem. Postei esse teaser no Insta.

Depois que o print estava seco, uns dias mais tarde, com um LED para equilibrar a luz, fiz essa imagem e depois a seguinte. O contraste ficou muito marcado nos olhos gerando um banding que eu não curti. O enquadramento ajudou a compor, esconder, sem ter que voltar atrás.

Consegui mudar a estrutura da imagem que caminhava para a parte da esquerda e devolver para o centro. Dai fiz diversas tentativas para incluir a tela espatifada de um smartphone Asus, até que cheguei nessa imagem.

Esse Asus veio de um local de descarte de eletrônicos aqui da cidade. Era impossível usar o Asus para fotografar, a câmara deixava a imagem amarelada e contrastada demais. Já o modo HDR destruía os detalhes da imagem.Mas me seduzi pela idéia de usar a tela rachada. Seria uma nova camada inesperada para a imagem. Então usei o bluetooth para mandar a imagem para dentro do smartphone, abri a imagem na tela cheia e fotografei com outro smartphone.
Enquanto editava esse post cheguei a fazer essa brincadeira.

Continuei a editar o post e vou continuar e aprofundar a imagem.