Slitscans a partir de vídeos

Fazer slitscans a partir de vídeos é uma moda que já passou. A maioria dos programas que você encontra no GitHub para isso já tem quase 10 anos que foram publicados. Naquela época eu estava experimentando com a linguagem Processing para fazer a mesma coisa.

O tempo passa e me encontrei querendo colocar minhas habilidades de Python em prática, foi quando lembrei desses programas e resolvi fazer algo parecido, mas com um toque diferente.

Tenho diversos vídeos de timelapse feitos ao longos dos anos. Sempre mantive a câmara estacionária e deixava a paisagem mudar gradualmente ao longo do dia. Bom, e se eu usasse um software de slitscan para varrer a imagem e juntar uma linha vertical de cada momento em um único frame que resumisse o dia? Seria visualmente interessante esse panorama?

Para experimentar seria importante um programa mais complexo de slitscan com possibilidade de estabelecer a posição de início do slit, a sua velocidade ao longo do frame de vídeo, se o resultado que se pretende é horizontal ou vertical, etc.

São mesmo muitos detalhes e ainda está longe de estar completamente funcional, mas um pequeno teste já rolou e o vídeo acima, gerou a imagem abaixo com 480 por 360 pixels:

Por hora é menos interessante do que eu sonhei, mas ainda não desisti.

Traquitana do Claudio • Av Paulista 

Em março mesmo eu finalmente levei a câmera para uma volta pela Av Paulista em busca de coisas que se movessem de um jeito caótico interessante, na cabeça a idéia de um transe, na bolsa Kodak Tri-X velho e bem mofado.

Eu tinha feito vários testes com a finalidade de calcular o tamanho dos negativos em função do tempo de exposição, queria negativos com um tamanho de 12cm de comprimento para ampliar usando um ampliador 4×5″. Na hora das fotos a coisa foi de outro jeito. Fotografei o que eu via se mexer sem me preocupar muito com o tempo e o comprimento do filme. Depois dos filmes revelados, com uma janela de papelão de 24x54mm (optei por uma imagem muito mais “curta”) eu escolhi as imagens que eu queria ampliar direto na mesa de luz.

Usei papel Polycontrast (fibra, peso duplo) em tamanho 20x25cm e usei o filtro no. 5 para conseguir uma boa separação de tons do negativo. Não fiz nada para evitar o véu de base violento e irregular, deixei ele competir com as texturas dos fungos no filme. O véu irregular tem uma grande vantagem sobre o mais regular que aparece apenas como um cinza sobre a imagem, o véu irregular e ruidoso aparece como um problema do papel e não da imagem e isso pode ser interessante.