Sony a3000 e objetivas de aparelhos

No último post contei um pouco dos primeiros experimentos com a Sony a3000. Depois disso fui atrás de maneiras de adicionar a ela algumas objetivas de aparelhos estranhos que eu tinha guardadas comigo.

A primeira objetiva era uma objetiva sem marca, mas que eu acho que foi tirada de um scanner Scitex Smart 340. A distância focal está ali perto dos 30mm, mas não tenho certeza também.

Usando os desenhos do Rodrigo Silva (disponíveis aqui) e com impressão do Jaerder, colei essa objetiva num mount com helicoidal para M39.

Ficou quase uma objetiva normal para APS-C, ainda tenho que testar um dia em full frame e ver se cobre. O plano focal é bem plano e a performance em infinito é OK, mais ou menos o que se esperava se uma objetiva desenhada para fotografar um documento tamanho A3 com um sensor pequeno.

A outra objetiva que eu testei foi uma Polaroid 36.6mm tirada de um Palette, um dispositivo para imprimir imagens digitais em filme 35mm, ao contrário da primeira essa provavelmente foi desenhada para conversões 2:1.

Fiz uma montagem bem simples para essa, uma tampa de corpo comprada no AliExpress e um pedaço de K-Line (Gator Foam). Furei o suficiente para a objetiva entrar no buraco e depois ao rodar a objetiva ela mesma fez uma rosca temporária no K-Line.

O foco no centro do quadro é muito bom, mas nos cantos a imagem “escorre” para fora, evidência de um design muito específico para uma determinada aplicação.

Essa daqui ainda falta tentar rosqueada de trás para frente para ver se muda alguma coisa ou se fica ainda mais interessante.

Relação de hardware e software ao longo do tempo

Essa história de descobrir como funciona o PFU DL2400 me deixou pensando um tanto na importância crescente do software em relação ao hardware.

Recentemente escrevi aqui sobre o scanner Scitex Smart 340L e tudo que passei para reativá-lo. O fato é que no software do Scitex a escolha da lente (o scanner possui várias das quais uma deve ser escolhida) é algo mais claro e evidente, sem fazer isso você não passa adiante. No PFU DL2400 eu nunca tinha me dado conta que essa escolha era possível, achei que ela era automática, dependendo da resolução que fosse pedida, mas foi um grande engano. Ambos os scanners funcionam da mesma maneira, só não é tão claro no software que faz o DL2400 rodar.

E um scan feito recentemente no DL2400 se mostrou tão ruim em relação ao Scitex que aquilo me fez começar a pensar. Dai eu descobri aquele menu onde se pode escolher entre duas lentes (somente duas se comparado com o Scitex que tem 5). O resultado do scanner PFU passou a ser imediatamente melhor do que o Scitex, meu queixo caiu.

Antes a comparação entre os dois scanners ia contra a percepção que tenho sobre a relação do software com o hardware ao longo do tempo. Isso mudou.

Em 1994, a Scitex faz esse scanner que cá está, quando foi lançado era o topo da linha de scanners, mas já era algo mais acessível para a época (US$ 40 mil). As lentes são impressionantes, todas da Rodenstock, os sensores enormes, as placas de circuitos densas, a estrutura que mantem tudo em seu lugar é pesada, o vidro onde apoiamos o papel é um senhor vidro. Há um investimento enorme em hardware, enquanto o software ainda é primitivo. Alguns anos depois a PFU faz o DL2400, que quando foi lançado era a opção mais acessível da linha (US$ 10mil). Seu corpo é de plástico como qualquer outro scanner, o vidro onde apoiamos o papel é apenas um vidro, mas o sensor lá dentro tem mais uns 5 anos de R&D dentro dele e o software Silverfast é impressionante.

Quer dizer, o hardware foi muito importante enquanto o software de processamento do sinal do sensor era limitado. Quando essa situação mudou, começaram a economizar recursos na construção de scanners e cameras. Isso também fica claro quando vemos um novo modelo de câmara digital com um sensor de mesmo tamanho físico, maior número de MP e menor quantidade de ruído, a solução para isso acontecer é o software.

Scitex Smart 340 • scans opacos

Um update do post passado com imagens:

Escolhi essa imagem para o teste porque era uma 30x40cm que estava aqui fácil, uma cópia de trabalho. Uma cópia antiga com alguns defeitos que seriam interessantes de olhar de perto (escaneei a 600 dpi).

A primeiro deles: a poeira.

A 50% a poeira ganha toda uma vida. Alguns arranhões mínimos também estão lá.

Depois comecei a olhar as bordas da cópia, onde haviam umas áreas mal fixadas no processamento. Percebi que o scanner aplica o que parece ser um unsharp mask direto na imagem. Preciso fuçar uma maneira de desligar isso. Veja as bordas acentuadas. Aqui a 100%, mostrando um leve desfoque.

Scitex Smart 340 • problemas de software

Continuando a empreitada de fazer o Scitex Smart 340 funcionar.

Tentei fazer um scan de uma cópia fotográfica. O scanner se negou a funcionar porque não havia dados de calibragem para scans de materiais opacos. Ao rodar o programa de calibragem, era pedido que fosse colocado dentro do scanner o “slide de calibragem”. Pesquisando descobri se tratar de um filme tamanho A3 que entra no scanner para os testes de lentes e etc. Não tenho esse slide.

Fuçando nas pastas de software que vieram com o scanner encontrei um arquivo de preferências antigas do scanner. Ou seja, a calibragem antiga dele, de 2000.

Tentei carregar essas preferências, mas o scanner de lá para cá sofreu algumas mudanças (provavelmente teve a placa-mãe trocada) e seu número de série mudou. O software do scanner se negava a rodar com as preferências velhas.

Anotei ambos os números de série.

Encontrei um programa bacaninha para Mac chamado Hexedit. Esse tipo de programa consegue editar qualquer tipo de arquivo (o que pode ser destrutivo se você não souber o que está fazendo). Ou seja, ele não abre só texto, mas por exemplo, pode abrir um programa para você ler como ele foi escrito. Instalei ele para tentar entrar no arquivo de preferências e mudar o número de série. Abri o arquivo de 2000, usei o Find… e busquei o número de série antigo. Digitei o novo sobre ele, salvei. Funcionou, o scanner nem pestanejou e começou a escanear papel também!

Scitex Smart 340 • scan de negativo

Abri o scanner Scitex e fiz uma boa limpeza de espelhos e de um vidro protetor do CCD. As linhas escuras sumiram.

Refiz o scan do primeiro negativo, mas dessa vez escaneei como positivo e depois no editor de imagens fiz a inversão do negativo, depois de usar bem as curvas para corrigir as cores a imagem finalmente ficou passável, sem as manchas azul-claras no céu incorrigíveis.