Howtek 4500

Um amigo entrou em contato para pedir que ficasse sob minha custódia um scanner dele. O scanner em questão é um Howtek 4500, um scanner cilíndrico com 4000 ppi. Esse é ainda maior em tamanho do que os outros que eu já tinha aqui e pelo visto vai dar ainda mais trabalho para fazer funcionar também. O scanner estava parado e improdutivo, e como de costume fui pesquisar sobre quando e como ele foi lançado no mercado: isso aconteceu em 1994 a um preço de 25 mil dólares.

O scanner veio desacompanhado de dongle, que é uma peça de hardware que permite que o software de escaneamento funcione. O scanner também não ligou. Fim da história.

Relação de hardware e software ao longo do tempo

Essa história de descobrir como funciona o PFU DL2400 me deixou pensando um tanto na importância crescente do software em relação ao hardware.

Recentemente escrevi aqui sobre o scanner Scitex Smart 340L e tudo que passei para reativá-lo. O fato é que no software do Scitex a escolha da lente (o scanner possui várias das quais uma deve ser escolhida) é algo mais claro e evidente, sem fazer isso você não passa adiante. No PFU DL2400 eu nunca tinha me dado conta que essa escolha era possível, achei que ela era automática, dependendo da resolução que fosse pedida, mas foi um grande engano. Ambos os scanners funcionam da mesma maneira, só não é tão claro no software que faz o DL2400 rodar.

E um scan feito recentemente no DL2400 se mostrou tão ruim em relação ao Scitex que aquilo me fez começar a pensar. Dai eu descobri aquele menu onde se pode escolher entre duas lentes (somente duas se comparado com o Scitex que tem 5). O resultado do scanner PFU passou a ser imediatamente melhor do que o Scitex, meu queixo caiu.

Antes a comparação entre os dois scanners ia contra a percepção que tenho sobre a relação do software com o hardware ao longo do tempo. Isso mudou.

Em 1994, a Scitex faz esse scanner que cá está, quando foi lançado era o topo da linha de scanners, mas já era algo mais acessível para a época (US$ 40 mil). As lentes são impressionantes, todas da Rodenstock, os sensores enormes, as placas de circuitos densas, a estrutura que mantem tudo em seu lugar é pesada, o vidro onde apoiamos o papel é um senhor vidro. Há um investimento enorme em hardware, enquanto o software ainda é primitivo. Alguns anos depois a PFU faz o DL2400, que quando foi lançado era a opção mais acessível da linha (US$ 10mil). Seu corpo é de plástico como qualquer outro scanner, o vidro onde apoiamos o papel é apenas um vidro, mas o sensor lá dentro tem mais uns 5 anos de R&D dentro dele e o software Silverfast é impressionante.

Quer dizer, o hardware foi muito importante enquanto o software de processamento do sinal do sensor era limitado. Quando essa situação mudou, começaram a economizar recursos na construção de scanners e cameras. Isso também fica claro quando vemos um novo modelo de câmara digital com um sensor de mesmo tamanho físico, maior número de MP e menor quantidade de ruído, a solução para isso acontecer é o software.

Fuçar

Fuçar, fuçar, fuçar. Essa é a regra.

Fuçando no software que controla o scanner PFU DL2400 achei um controle escondido. Não tenho manual nem documentação apropriada para entender o que faço nele. Assim, finalmente consegui ativar o modo de 2400 dpi, antes ele só escaneava em 800 dpi.

Para o teste usei um negativo tamanho 6x7cm, uma foto da alguns alunos da turma do Senac Sto Amaro.

Antes:

E depois de ativar a funcão (que na verdade é uma troca de lentes que ocorre no interior do scanner):

Nova câmara-scanner

Em maio do ano passado sai para fazer umas fotos com minha câmera/scanner. Naquele dia tive uma dificuldade para compor a imagem, a linha que eu queria escanear era muito estreita e eu não conseguia apontar o scanner sem ver o que iria escanear. Uma idéia surgiu ali, mas antes do Hugo me dar uma Nikon N50 que caiu no mar ela não poderia se concretizar.

Da última oficina de scanner sobrou um HP2200C, meu scanner preferido para transformações. Comecei medindo o sensor do scanner e pensando como ele encaixaria na N50 para ocupar o mesmo lugar do filme, já falei disso tudo num outro post. Inclusive nesse link há uma boa foto de como isso foi feito. Depois falei também de como bolei um esquema para garantir que o foco e o posicionamento do CCD eram perfeitos, aqui.

Agora aproveitei o fim-de-semana para concluir a câmera. Usei foam preto para construir uma barreira contra a luz ao redor da nova traseira. Ficou assim:

Do lado esquerdo prendi a placa que recebe os cabos de conexão.

A placa do sensor de projeta para fora na extremidade direita da câmara, por ali sai o cabo chato que liga uma placa à outra.

Agora posso trocar lentes e compor melhor, ótimo.

Scitex Smart 340 • scans opacos

Um update do post passado com imagens:

Escolhi essa imagem para o teste porque era uma 30x40cm que estava aqui fácil, uma cópia de trabalho. Uma cópia antiga com alguns defeitos que seriam interessantes de olhar de perto (escaneei a 600 dpi).

A primeiro deles: a poeira.

A 50% a poeira ganha toda uma vida. Alguns arranhões mínimos também estão lá.

Depois comecei a olhar as bordas da cópia, onde haviam umas áreas mal fixadas no processamento. Percebi que o scanner aplica o que parece ser um unsharp mask direto na imagem. Preciso fuçar uma maneira de desligar isso. Veja as bordas acentuadas. Aqui a 100%, mostrando um leve desfoque.