A oficina foi super interessante, o espaço era de frente para a exposição de Barros. Pensei muito sobre os quimiogramas, uma maneira bacana de mostrar a fotografia analógica sem a necessidade de um quarto-escuro.
O fato é que as imagens fotográficas se fazem, em geral, pelos contrastes. Não existe cinza se não houver preto e branco, o olho precisa de diferenças para enxergar formas, limites, blá, blá, blá.
No quimiograma o papel começa completamente velado. Não há contraste, há uma exposição total, se for revelado o papel fica preto, se for apenas fixado o papel fica branco. Para criar meios tons há um jogo complexo de brincar com a diluição dos químicos e com o tempo durante o qual o papel fica exposto a eles (em contato). Objetos junto ao papel podem mudar o efeito do químico. A diluição pode ocorrer durante a formação da imagem.
Ou seja, no quimiograma a revelação deve introduzir o contraste na imagem, ao contrário da fotografia convencional, onde se pretende uma revelação mais uniforme que deixa transparecer os contrastes registrados na película.