Perder o Medo #1 • curso na Contraste Fotografia

Estou super feliz que um papo despretensioso com o Thales e a Cintia da Contraste Fotografia resultou numa oficina bacana e com possibilidade de um aprofundamento no mundo dos scanners e das câmeras de fenda.

A oficina Perder o Medo #1 é um começo de uma conversa sobre diversas pesquisas que eu desenvolvi ao longo dos últimos 25 anos.

Traquitana do Claudio • Modificações I

A grande descoberta fuçando na Nikon FE é que quando o obturador abre em Bulb (B) o circuito de sincronismo do flash se fecha por toda a exposição. Acho que isso pode ser aproveitado como circuito de controle do motor ao invés dos cabos disparadores duplos, vou testar um cabo PC deve servir. Para quem não sabe o que significa esse PC, segue o link da wikipedia.

Adicionei um perfil L à base para servir de suporte quando no tripé e para acomodar as baterias. Usei parafusos 4mm cabeça hex reaproveitados do scanner 1045. Agora a câmera para de pé sobre a mesa e ainda tem um quickrelease plate padrão preso na base que permite que ela fique presa a uma cabeça fluída.

O visor da Yashica Electro poderá ajudar em fotografias com mais movimento, já que o visor da câmera fica escuro durante a exposição.

Para manter pressionado o botão que destrava os sprockets e permite rebobinar o filme fiz um clip de alumínio que fica preso por um parafuso com manopla resgatado de uma cabeça de ampliador Durst.

Fazia um tempo que eu queria comprar uma furadeira/parafusadeira, acho que agora é o momento, penso em escolher um modelo 9.6V e assim poderei aproveitar a bateria dela na câmera de vez em quando. Será que é fácil fazer a adaptação?

Traquitana do Claudio Machado

Foi nos idos de 1993 que o Claudio Machado construiu esse negócio que transforma uma Nikon em uma câmera de fenda. A idéia é fotografar com a câmera em B, uma fenda sobre o buraco do obturador e um motor rebobinando o filme. Essa foto é do Adi Leite, no Sambódromo em 93. Aqui tem algumas imagens que ele fez nesse dia.

claudio machado strip slit camera
A sequência do funcionamento é mais ou menos assim: com a lente tampada, todo o filme é avançado disparando as 36 fotos (1). Um cabo disparador (2) é usando então para manter pressionado o botão que permite o rebobinamento do filme. A câmera é colocada em velocidade B. A lente é destampada. Um cabo disparador duplo (3) aciona o disparador da câmera abrindo o obturador em B, ou outro cabo aciona um microswitch (4) que liga o motor à corrente da bateria presa no cinto do fotógrafo. O motor com o auxílio de uma caixa redutora, uma correia e uma engrenagem, começa a rebobinar o filme, fazendo-o passar pela fenda no interior da câmera.

strip slit camera

Em 2000 eu provavelmente li um artigo do prof. Andrew Davidhazy e comecei a pensar no assunto. Um segundo artigo dele até sugere um sistema, mas nada tão portátil com o do Claudio que recentemente eu herdei. Então agora eu finalmente poderei explorar a fotografia de fenda com filme além das fotos digitais que eu já vinha fazendo.

Conversei com ele sobre algumas mudanças que quero fazer, elas foram aprovadas, então aos poucos eu vou contando por aqui. O vídeo acima é um breve teste, com apenas 5V para fazer o motor andar bem devagar. Imagino que ele vai andar um pouco mais rápido quando for para valer, mas quero ver o que é possível usando apenas pilhas para operar a traquitana.

Estou usando uma Nikon FE, que cabe no mesmo espaço da Nikon FA do Claudio. Instalei a engrenagem sem problemas. Quero trocar o cabo (2) por um clipe e trocar o cabo (3) por um microswitch sobre o disparador da câmera, adicionar um grip e espaço na parte de baixo para 8 pilhas, divididas em dois grupos de 4 pilhas que podem ser acionadas em série ou paralelo dependendo da necessidade.