Ciclo de exposições Fotógrafas Experimentais

Finalmente começou!!!! Abro esse post com uma selfie rápida no fim da montagem, ainda na bagunça.


Aqui segue o press release sobre a exposição e o projeto:

A obra de Fátima Roque está em destaque na primeira exposição do ciclo Fotógrafas Experimentais que, até novembro, vai revelar dez mulheres pioneiras na área da fotografia. A iniciativa integra o programa da Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura, depois de ter sido escolhido no âmbito do programa Todo-o-Terreno.

“Fotógrafas Experimentais” celebra a fotografia como campo de experimentação e resistência criativa, cruzando-se com o rico património fotográfico de Braga. De fevereiro a novembro, no café anexo à padaria Amor&Farinha, serão apresentadas as investigações visuais de dez fotógrafas através de exposições, conversas e oficinas.
A cada mês, há uma exposição dedicada a uma artista diferente. Cada uma delas traz a sua abordagem única, desde técnicas pré-industriais até à reutilização de tecnologias modernas, explorando a fotografia como gesto político e poético.


Cada ciclo mensal integra também uma oficina dedicada a diferentes técnicas fotográficas. As oficinas funcionam em formato de aulas abertas, sem necessidade de pré-inscrição.
A primeira exposição inaugura às 18:00 do dia 4 de fevereiro e é dedicada a Fátima Roque (1960-2019), artista que inspirou este projeto.
Roque foi fotógrafa e investigadora da fotografia. Fez frequentes incursões pelos rios da Amazónia, não apenas para fotografar, mas também para ministrar cursos à população local. Integrou o Grupo Surrealista de São Paulo, tendo exposto individualmente em várias instituições brasileiras e internacionais.
“Fotógrafas Experimentais” é impulsionado pelo TiroLiroLab, coletivo de arte e tecnologia que propõe práticas sustentáveis e inovadoras.
A iniciativa integra o programa da Braga 25 Capital Portuguesa da Cultura no âmbito do programa Todo-o-Terreno.

A conversa com o artista

O ano era 2015, a exposição Travessia estava aberta na Casa da Imagem e dentro da programação, que fazia parte do projeto apresentado ao Prêmio Marc Ferrez, havia uma conversa com o artista (eu).

Eu cheguei carregando uma caixa pesada, cheia de livros que eu pretendia distribuir. Coloquei a caixa no chão, perto da janela e da porta para a varanda. Fiquei ali conversando com umas pessoas e quando deu a hora acertada convidei todo mundo para sentar no chão. Acho que isso ajudou bastante a manter a coisa bem simples e quebrar o gelo suavemente.

Eu pretendia fazer um pequeno histórico do projeto, talvez fosse interessante para as pessoas saberem todas as etapas que levam até uma exposição como aquela. Comecei do início, da simplicidade de como começaram as fotos, e fui falando sobre tudo que eu lembrava. Me emocionei algumas vezes, lembrando de quando parecia que ia dar tudo errado. Ainda lembro do aperto ao redor na boca para falar de certos momentos. E também falei de como a Ana Silvia Forgiarini da Frida Cultural me ajudou, desde de antes daquilo ser um projeto até a entrega dos últimos relatórios – é provável que tudo ter acontecido e ter dado certo seja mais responsabilidade dela, do que minha.

Foi um dos melhores momentos desde sempre, tinha motivos de sobra para estar orgulhoso , desde as imagens até os detalhes mais minuciosos do projeto. Estava tudo entregue como tinha sido proposto e ainda tinha o livro para todos os presentes.

O jeito como o edital do Marc Ferrez era pensado era muito interessante para poder gerar esses momentos dentro da programação. E acho que momentos desses junto a uma exposição faz a coisa se tornar muito mais interessante para expectadores que não conhecem tão bem o trabalho do artista. E para os artistas, que mergulham nesse modo de se apresentar para o mundo, uau, foi lindo!

Achei essas duas fotos num backup e elas fizeram brotar essas palavras.

Acho que olhar o arquivo tem esses dois disparadores de emoções em paralelo. Um dispara a ter idéias a partir das coisas boas que a gente vai achando no arquivo, das lembranças bacanas e etc – emoções pungentes, uma delícia. O outro fica ligado nas coisas que a gente perdeu, nas pessoas que se afastaram, alguns arrependimentos e coisas que podiam ter continuado ou sido mais bem aproveitadas, mas não foram ou não vingaram – esse é um disparador chato. Enfim, faz parte das crises de meia idade, desse momento da vida – vejo os posts dos últimos anos nesse blog e tem uma tendência óbvia de fazer um balanço do que rolou até aqui. É um momento para se aproveitar, para se viver, para pensar nos passos daqui para a frente.

Fotografia Estenopeica na Sala Aberta do CPF

No início deste ano participei de um open call para uma exposição de fotografia estenopeica organizada pelo António Campos Leal.

E ele descreve a exposição assim:

“Pela primeira vez convidamos os praticantes de Fotografia Estenopeica – nacionais e residentes em Portugal – a enviar trabalhos para uma apresentação integrada no “Worldwide Pinhole Photography Day” / Dia Mundial da Fotografia Estenopeica.

E pela primeira vez a Fotografia Estenopeica foi “convocada” para estar em destaque no Festival Internacional de Fotografia de Avintes.
Doze autores responderam ao convite e fizeram-se representar com o seu trabalho.

São eles: Adelino Marques, Ana Sousa, António Campos Leal, António Martins Teixeira, Augusto Lemos, Conceição Magalhães, Centro Educativo de Santo António no Porto_“Este_Espaco_Que_Habito”, Fábio Simões, Guilherme Maranhão, Óscar Valério, Séverine Morizet e Rui Apolinário.

Sala aberta é a mostra coletiva de fotografia estenopeica que reúne os trabalhos destes autores, os quais nas suas diferenças nos mostram alguns dos caminhos criativos que a Fotografia Estenopeica nos propõe.”

Aqui abaixo a minha imagem que faz parte desse grupo de 12.

Até Aqui na exposição Amor em Tempos de Cólera

Ontem abriu aqui em Braga a exposição Amor em Tempos de Cólera, parte de um edital chamado Actum. A cidade está toda linda para o Natal.

Foi uma delícia uma abertura com pessoas, um agito no centro da cidade!

Sempre me interessei por investigar elementos que já existiam antes da minha vida começar. Ao chegar a Braga fiquei especialmente curioso com as estradas romanas, com os diferentes formatos das pedras utilizadas, com a maneira como elas foram construídas e há quanto tempo estão ali.

E o catálogo da exposição está aqui embaixo.

Tentando entender o papel da fotografia analógica nos dias de hoje

Essa semana eu consegui ir ver algumas das exposições dos Encontros da Imagem de Braga. Muita coisa interessante de ver, mas poucas que realmente tocam meu coração.

Uma exposição em especial me atraiu pela imagem nos banners pela cidade e me chamou atenção com sua delicadeza e simplicidade.

Essa exposição de Carlos James Reeder tem apenas 14 imagens em tamanho A3+ (talvez). A montagem em si é simples, as molduras metálicas contem as fotos sem passe-partout. Finos cabos de aço prendem as molduras a barras no topo de divisórias já cheias de história e marcas de diversas exposições anteriores. O texto é um pouco pequeno, ou meus olhos estão um pouco velhos.

As molduras tem marcas também, isso incomoda um pouco a fruição do trabalho. O trabalho de impressão é preciso e o mesmo tom do fundo ligeiramente off-white está em todas as imagens, isso colabora muito para a sensação de união entre as imagens e fala imenso do trabalho envolvido na produção dessas 14 imagens.

As imagens mostram uma série de objetos em diversas camadas. As camadas por sua vez são criadas tantos pela disposição dos objetos no espaço do estúdio como pelo desfoque da objetiva da câmera. No plano de foto é possível até ver os detalhes da trama offset dos objetos impressos. Essa trama se confunde com o grão das imagens em alguns momentos. O assunto das imagens escolhidas para compor os objetos dentro das imagens contém ciência, tecnologia, trabalhos manuais. As composições são variadas e mantém um ritmo agradável na exposição. Não há um ponto de início e um ponto final, não falta intencionalidade ao trabalho também.

Peço licença para questionar duas frase desse texto. Não acho que as imagens sejam descontextualizadas aqui, mas sim recontextualizadas. Será que os adjetivos “disjointed and disorienting” não são um tanto pejorativos aqui? Será que subestimam a capacidade do observador de perceber o trabalho à sua maneira. Me parece que o artista já coloca suas intenções no texto até aquele ponto, ao chegar a essas duas frase, há um movimento de retração, um questionar o que foi dito.

Esses pequenos detalhes no texto me deixaram bem irritado naquele momento. Senti que aquilo queria estragar a fruição do trabalho, uma força que queria negar que eu tinha percebido do trabalho, começando por negar a intenção do trabalho. Talvez eu esteja pegando pesado demais…

Londrina • Arte Londrina 3

Cinco imagens da série Travessia foram escolhidas para participar da segunda exposição do Arte Londrina 3. Aproveitei a ida para a vernissage para lançar o livro Travessia no Grafatório. Foi uma tarde deliciosa com uma energia bacana, com a casa cheia o lançamento virou uma conversa sobre projetos e ensaios fotográficos e os tais editais. 

À noite fomos para a casa do DAP curtir a exposição. 

  
O clima era intenso. A UEL ainda em greve. A briga em Curitiba entre professores e PM no dia anterior. Lágrimas e um certo orgulho nos rostos do voluntários.