Nessa experiência que tive de Março desse ano até agora, vendendo as sucatas da oficina do Celso, acabei conhecendo mais dos compradores e seus gostos. Em geral o processo é marcado por uma pressa, uma urgência, em muitos casos a pessoa quer aquilo, mas não sabe ao certo o que aquilo faz ou como funciona, nunca experimentou. E em alguns momentos pude até testemunhar uma agressividade, em especial de pessoas que não se conformaram em perder uma oportunidade talvez única de adquirir um produto raro. Dai apelaram agressivamente na tentativa de reverter a situação. É muito desejo por uma câmera ou lente, muita sofrência por vê-la ir na outra direção.
Bom, não resta dúvida de que no Brasil há uma infinidade de coisas que são difíceis de serem adquiridas, equipamentos fotográficos são uma delas. As soluções encontradas pelos fotógrafos para navegar por esses mares de impostos e burocracia foram diversas através dos anos, nem todas lícitas, mas todas sem exceção encarecem demais esses produtos. Aquela máxima que diz que em países desenvolvidos a mão de obra é cara e as coisas são baratas e em países em desenvolvimento a situação de inverte, as coisas são caras e a mão de obra é barata só fica mais verdadeira.
Essa imagem de 2009 captada por um amigo que prefere não se identificar mostra a solução encontrada na época para esse problema.
Um relato de vitória sobre o sistema, talvez. Há uma certa agressividade nesse registro, pela quantidade. Quanto isso onerou uma empresa em demasiado para a execução de um simples trabalho fotográfico? Como é que esse esquema em que vivemos muda o nosso jeito de fotografar, de comprar coisas fotográficas? O que fica dessa história para nós? Essa são algumas das questões que surgiram em 2017 aqui e que permanecem sem resposta.
