Novas redes

Participei de um concurso de fotografia interessante essa semana passada. A Câmara Municipal disponibilizou rolos de filme e câmaras descartáveis para os participantes fotografarem nos locais dos vários imóveis que são patrimônio histórico da cidade. A lista completa dos imóveis foi oferecida aos participantes, tinha lugares de simples acesso, no centro da cidade e lugares distante do centro. Era ao gosto do freguês. Fiquei sabendo que uma participante comprou uma frigideira (um salgado tradicional de Braga) e a levou para fotografar junto às rosas do jardim de Santa Bárbara. E com a frigideira e as rosas usou todas suas 24 fotos. A criatividade do ser humano é algo maravilhoso e estou curiosíssimo para ver essas fotos! Foi uma iniciativa interessante para fazer as pessoas olharem para certos prédios e casas da cidade nesse início de Outono. E é sempre bom reencontrar os colegas e ficar sabendo dessas histórias.

Depois, no mesmo dia, foi o Open Day do Nébula, já falei dele aqui e já até atualizei o post sobre ele com imagens que fizemos naquele dia. O oficina de Construção de Câmara Digital Artesanal é algo que eu já faço a tanto tempo, mas a experiência de transformar ela num evento curto foi interessante. Abri a pocket oficina com algumas poucas palavras para explicar o que tínhamos ali diante de nós. Mostrei o CCD de uma câmara digital normal, mostrei o CCD linear de um scanner comum. Expliquei as diferenças, falei de possibilidades. A câmara já estava montada ao laptop, não foi sendo construída ao longo de horas de oficina. Fiz um auto-retrato e convidei os alunos a fazerem o mesmo, cinco minutos depois estava montado um circo ali, uma algazarra maravilhosa.

O divertimento das pessoas ao ver seus corpos e rostos deformados pela varredura incessante do CCD linear é um deleite. A caixa preta tem seu apelo, desconhecer o output, vê-lo magicamente aparecer na tela com formas e cores surpreendentes é um evento fora da rotina – pitoresco e interessante. Ainda bem que o Vuescan permite salvar as imagens automaticamente, assim nenhuma delas se perde na pressa de fazer a próxima!

São dois exemplos da fotografia criando redes ao longo de um final de semana, gostoso isso.

Nébula • Open Day

A Plataforma do Pandemônio organiza alguns grupos de estudo que correm durante um ano inteiro, essa atividade é chamada Nébula e tinha dois núcleos até então: um que é um coro comunitário que se chama Todos os Cantos e um que trata da fala performativa que se chama Fala Solta, que ocorrem alternadamente às 6ª feiras. 

Dia 28 (próximo sábado) a Plataforma vai organizar um Open Day na Junta da Freguesia da Sé: Karla, Bia e Elaine que coordenam as atividades de Todos os Cantos e Fala Solta estarão entre às 11h e às 13h a fazer uma demonstração do trabalho que desenvolvem com esses grupos. Na parte da tarde, vão apresentar um novo núcleo: o de Artes Visuais & Plásticas!

Segundo Marta Moreira, directora artística da Plataforma do Pandemónio: ‘A lógica é partilhar a oportunidade, antes de fecharmos inscrições e começarmos o trabalho propriamente dito. Nestas palavras do imortal Zeca Afonso, “seja bem-vindo quem vier por bem/se alguém houver que não queira/trá-lo contigo também”! Queremos muito que a palavra se espalhe e que este grupo possa crescer de forma sustentada, devagarinho mas com muita substância… um bocadinho diferente daquilo que parece ser a lógica dos tempos modernos, mas é aquela em que acreditamos.’

Então 4 dos 5 professores desse novo núcleo vão apresentar “pocket oficinas” de 50 minutos para cativar os presentes. Ficam aqui os horários da tarde: 

* 15h30 – “Fios que Contam Histórias” c/ Joana Magalhães (Sew Cool Studio) – bordado

* 16h30 – “Xilogravura” c/ Isabelle Neri

* 17h30 – “Fotografia Experimental” c/ Guilherme Maranhão (Sim! Sou eu!)

* 18h30 – “Expressão em Cores” c/ Suzana Marchiori – aguarela

E você me pergunta: como funciona o Nébula? As mensalidades continuarão a ser 5€/mês por cada núcleo. E este ano vão optar por apenas 2 modalidades de pagamento:  45€ em uma única vez (descontinho para quem opta por esta) ou pagamento trimestral de 15€, mais detalhes direto com a Plataforma, vale seguir o link acima e estudar o formulário de inscrição.


São 20h26, do dia 28 e vou fazer um update agora já com as fotos do Open Day:

Oficina • Construção de Câmara Digital Artesanal no Porto

Alerta para as oficinas criativas gratuitas do evento Desvelar Objetos Técnicos | Unfolding Technical Objects –>> Construção de uma Câmera Digital Artesanal com Guilherme Maranhão
Dia 09 de Setembro de 2024, das 10h às 16h, na FBAUP – Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

“Desmontando e recombinando sucatas de scanners de mesa é possível construir uma câmera digital. Como será que essa câmera funciona? Que tipos de imagens podemos registar com ela? Esta oficina consiste em libertar a câmara digital potencial dentro de um scanner e descobrir seu funcionamento e as coisas que ela pode fazer que diferem das outras câmaras já conhecidas.”

Inscrições nesse link!

Construção de Câmera Digital Artesanal • workshop no Tira Olhos

Dia 2 de fevereiro de 2020, em Lisboa, na Associação Tira-Olhos, voltarei a oferecer minha oficina sobre como libertar a câmera digital que está aprisionada dentro dos scanners de mesa, fique de olho!

Mais informações e inscrições, direto com a Tira-Olhos no tiraolhos.info@gmail.com

guilherme maranhão tira olhos lisboa

Espero ver vocês lá!

Festival de Fotografia Experimental em Barcelona EXP.20 • Transparência

Daqui a 15 dias começa o Festival de Fotografia Experimental de Barcelona. Tenho me surpreendido cada vez mais com as informações que vou recebendo do pessoal de lá na medida em que os dias se aproximam, eles são super organizados e transparentes.

Dá uma olhada nessa página aqui e se por acaso você já viu isso em algum outro festival, me conta nos comentários:

https://www.experimentalphotofestival.com/transparencia

Eu estarei lá para uma mesa de debates na tarde de sábado, vou apresentar a história de diversos processos experimentais digitais com os quais eu me envolvi.