Sobre o que faz que o lixo vire lixo

Esse papo sobre o laptop que não quebrou e a impressora que perdeu a lubrificação só me fizeram lembrar de uma máquina copiadora que eu peguei no lixo no Canadá. A empresa deve ter jogado fora por duas razões: uma ela só travava, a luz do paper jam ligada direto, outra era ela velha demais para se contratar um plano de manutenção.

O fato é que com a ajuda de uma lanterna comecei a investigar dentro da copiadora a razão para o paper jam que nunca ia embora. Encontrei um pedaço de papel de 3x3mm preso sob o sensor de carregamento de papel. O pedaço deve ter ficado ali quando de fato houve um aprisionamento de papel e a pessoa puxou o papel na direção errada. E dai para o lixo.

Problema de impressão

Ganhei uma impressora de uma amiga, junto com mais umas tranqueiras bacanas. O filho dela pelo visto achou o plástico transparente interessante e encheu a impressora de coisas ao longo dos anos. Achei pedaços de plástico, pedaços da própria impressora e muita poeira.

Depois de limpa e montada novamente, tentei fazer funcionar. A cabeça de impressão ficou louca e saiu batendo para ambos os lados, como quem diz: Eu me nego!!!!! Não quero!!!! Ah!!!  Uma coisa assim meio manicômio. Todas as luzes piscando!

Digitei no Google: Epson 740 odd problem. Não é que tava lá! Algumas gotas de óleo na barra cromada e fomos em frente. O fato é que a cabeça de impressão tem dificuldade de se mover e perde a noção do seu posicionamento. Vai entender!? Com o óleo na barra a cabeça se move normalmente e freia quando tem que frear.

Google é uma ferramenta ótima e basta uma palavra-chave para encontrar uma solução.

Encontrando caminhos com o Silverfast e o PFU

Falei antes aqui do scanner PFU 2400D, ou Lynx A3, que eu achei no meio da sucata, no centro da cidade. E falei também do francês bacana que me mandou o CD de instalação do software original pelo correio.

O software é uma versão antiga de um programa de escaneamento chamado Silverfast. A PFU nunca chegou a desenvolver uma interface própria para seu scanner, prefiriu usar um programa pronto de muito boa qualidade. Esse programa é vendido pelo fabricante de maneira avulsa também, ou seja, para ser usado com outros scanners, um detalhe é que o fabricante embute os drivers do scanner em questão dentro do software, tornando-o unica e exclusivamente compatível com determinado modelo de scanner. Ou seja, não bastava simplesmente achar uma cópia do Silverfast, tinha que ser a que funciona com os scanners da marca PFU.

Posto tudo isso, o Silverfast é um programa incrível, com requintes espetaculares muitos dos quais funcionam com meu scanner que também é cheio de recursos realmente úteis. Por exemplo, o Silverfast consegue controlar o autofocus do scanner, ativando-o quando necessário ou permitindo o foco manual, o que é bem útil para escanear negativos sem que eles estejam diretamente colocados no vidro do scanner. O programa também oferece um controle que encontra tanto o ponto mais claro na imagem como a sombra mais profunda, põe esses pontos nas pontas do histograma e isso tudo sem causar brechas no desenho do histograma, que poderiam causar posterização da imagem.

Gitzo Reporter com as pernas frouxas

Apareceu um tripé Gitzo Reporter antigo por aqui, as pernas não ficavam no lugar, falta um parafuso para fixar a câmara, essas coisas. Depois de um bom banho, com muito detergente e esponja para tirar restos de areia, graxa e sabe-se lá o que mais, comecei a montar o tripé de novo. A maioria dos anéis de retenção das pernas voltou a funcionar depois da limpeza, com exceção de um. O anel de pressão plástico deve ter ficado pequeno devido ao atrito constante. No lixo seco de casa encontrei um pote de requeijão (Poços de Calda Light), removi o fundo e a boca do pote, as partes onde o plástico é mais grosso. Com uma gilhotina de papel cortei um pedaço retangular do material do pote (como o pedaço translúcido que aparece na foto) alguns milímetros mais alto do que o anel original. Acertei o comprimento do pedaço no próprio tripé e pronto. Troquei a cortiça e providenciei um parafuso para tripé da Atek (R$9).

Tripé Gitzo

Um PS rápido: mais coisas na página Pegue Um Deixe Um. Agradeço aos que resolveram engrossar essa lista.

Exa modificada para 3×4

Conversei com Antonio Carlos Antunes, que me vendeu a Exa modificada por seu pai, segue aqui um trecho onde ele conta a história por trás da câmara que ficava instalada numa parede do estúdio em Porto Alegre para fazer 3×4:
“Nosso pai, Aimoré Carlos Silva Antunes, fazia fotos para documentos usando câmaras Hasselblad, programando a revelação dos filmes a cada hora. Havia porém o problema dos clientes que tinham pressa, fato que iria gerar a retirada do filme antes do horário previsto, e portanto, incompleto.
Para solucionar o problema, na década de 70, ele adaptou uma Exa para receber rolo de filme 35 com 30 metros de comprimento. Era utilizado o filme Fuji para cinema. Ela ficava na parede que dividia dois estúdios, parede esta dotada de um cubículo escuro, deslocando-se verticalmente na tábua que lhe dava suporte através de um sistema de roldanas com contrapesos. Assim, se adaptava à altura da pessoa a ser fotografada.
Com o sistema de guilhotina presente no compartimento do filme, era cortada apenas a porção exposta do filme, aproximadamente uns 15 cm, sanando assim a perda que iria ocorrer no caso da utilização do filme 120 da Hassel.
Eram colhidas, por segurança, duas imagens da mesma pessoa. O pedaço de filme era colocado dentro de uma lata no cubículo escuro e enviado à câmara escura do laboratório localizado no pavimento superior, por um sistema a ar (um aspirador de pó invertido). A latinha era aberta, o filme revelado e copiado em poucos minutos.”

Duas EXAs modificadas

Uma visão da primeira câmara com adaptação para levar muito filme, talvez até um rolo de cinema de 100m. Uma engenhoca movida à mola na parte inferior traciona o filme e isso hipoteticamente arma a câmara a cada foto (nunca tentei fazer funcionar).

Bulk Exa

Já a outra câmara, numa visão interna aqui, tem um dispositivo que possibilita a remoção do seu interior somente o fotografama exposto, depois de cada foto. Não sei se a luz do flash mais ajuda do que atrapalha.

Intestino