8×10″ em aula

Numa outra aula recente no Pompéia, resolvi apresentar aos alunos a fotografia em Grande Formato. Levei minha 8×10″ e filme lith ortocromático.

Na turma da manhã o Zé Luis apareceu de convidado e levou a sua Deardorf 8×10″ com fole vermelho, uau!

Aqui uma vista dos telhados lá do alto da torre da antiga fábrica!

A aluna Carol Garcia fez dois cliques da 8×10″ na aula! Valeu Carol!

Front Mounting

Recentemente consegui instalar uma objetiva num obturador de uma forma bem diferente. A técnica de front mouting foi difundida mundo afora pelo Sk Grimes, mas essa aqui ficou diferente. O obturador é um Acme da Ilex que tem uma característica interessante: a parte de trás dele (com o difragma) desaparfusa da parte frontal. Isso facilitou bastante o front mouting, já que tirou o diafragma do caminho junto com a rosca para o elemento original traseiro, que costuma atrapalhar o ângulo de cobertura da lente que se quer montar.

Fiz três furos direto no lensboard Technika/ShenHao e montei o obturador direto nela, ao lado a peça traseira com o diafragma que foi dispensada.

Acertei a posição da objetiva, uma Cooke Primoplane, o mais próximo possível das lâminas do obturador.

Usei uma chapa de alumínio bem fina, que pode ser cortada com estilete e tesoura para apoiar a objetiva nesse teste e prendi essa placa ao obturador com cola quente, como de costume, enquanto testo isso.

Grande Formato • idéias e soluções

Recentemente me envolvi em algumas discussões sobre grande formato (câmaras fotográficas de filme de 4×5″ e maiores). Tudo começou quando Belém perguntou o que levava a gente a ainda usar câmaras grandes. Depois a Denise perguntou de maneira diferente algo parecido.

Hoje em dia muitos que não usam grande formato parecem interessados em saber porque os que usam ainda o fazem, já que é tudo tão pesado e lento. Vivemos num mundo que se imagina rápido e leve.

Confesso que me interessei desde sempre por esses formatos. Construi minha primeira 4×5″ em 1993. Tem umas fotos disso no texto do TCC que está na página Guloseimas. Eu acabei construindo e juntando câmaras nos 3 formatos principais: 4×5″, 5×7″ e 8×10″. Acho que o predileto é o 5×7″, já que ele é ligeiramente mais comprido.

Ao contrário desse questionamento coletivo o que me interessa mais nesse momento é definir um lensboard padrão. E o que parece uma questão muito mais simples e não tão conceitual tem me dado muito trabalho.

Em 4×5″, meu conjunto mais antigo é o da Busch Pressman. É um conjunto portátil, ele cabe numa Domke F1x ou mesmo numa mochila Alhva: câmara, 90mm Raptar, 135 Trioplan (nem coating tem…), 250mm Tele-Optar, alguns holders, cabo disparador, fotômetro e uma lupa improvisada. A minha Pressman é o resultado da fusão de duas que encontrei pela vida. Tem um capuchão da Graflex na traseira, uma adaptação para caber direto num tripé Manfrotto. Tirei fora o telêmetro e tudo mais que fazia peso extra sem ter utilidade.

O lensboard da Pressman é tão chato de fazer ou encaixar em outro lugar, que acabei deixando de lado qualquer idéia de juntar essas lentes a outra câmara, sendo assim esse kit é independente.

Também em 4×5″ tenho uma Toyo G monorail (das antigas que não trocam de fole). Com ela ganhei um adaptador de lensboard Technika e dois lensboards (que no momento tem uma 210mm Symmar e uma 250mm Tele-Xenar, ambas arcáicas). Depois disso descobri que a Shenhao usa os mesmos lensboards e que eles são super fáceis de achar e comprar direto da China pelo eBay. Comecei a investir em mais alguns. O lensboard da Technika/Shenhao é pequeno, tornando tudo mais portátil, não é à toa que muitos fotógrafos optam por esse modelo de lensboard. Isso acaba sendo bom, já que existem adaptadores para Technika para quase todas as câmaras. Por outro lado às vezes ele é pequeno demais.

Em 8×10″ uso uma Agfa Ansco de madeira. Construi vários lensboards para ela, são fáceis de fazer em madeira compensada mesmo, 21x21cm aproximadamente. Algumas outras lentes eram compartilhadas com uma Burke and James 4×5″/5×7″ com seus porta lentes de madeira com 15x15cm: 240mmm Claron, 155mm Cooke Series VIIb e 260mm Cooke Series II. Para esse compartilhamento fiz um adaptador de 15x15cm para 21x21cm. Agora vou precisar fazer mais um adaptador para usar as lentes nos boards da Technika na 8×10″ e pensar quais lentes terão que estar em lensboards compartilháveis.

Em 5×7″ agora terei um Toyo Field 4 3/4 x 6 1/2 antiguinha que estou reformando. A princípio pretendo conseguir adaptar a frente dessa Toyo para só aceitar os lensboards da Technika, deixando tudo mais fácil. No momento ela aceita os da Graflex, o que dá uma enorme confusão.

Para encerrar o problema, encontrei um back 5×7″ para a Agfa Ansco. Isso serve para alguns raros momentos em que eu quiser usar as lentes enormes (Cooke series II e 500mm Kodak que não caberiam num lensboard Technika) com esse formato.

Velatura

Esses dias tive a oportunidade experimentar um papel brasileiro bem antigo da marca Bove. O envelope me foi dado pela amiga Dani que se mudou para a Jordânia. O envelope em si já mostrava marcas de idade avançada e como era de papel pouco encorpado eu já esperava o pior, ou o melhor, como saber diferenciar os dois…

Tá ai, a etiqueta do envelope de papel e a bula com direito a fórmula de revelador e tudo. É verdade que alguém tava com a cabeça nas nuvens na hora de escrever a bula. Veio pensando em Metol, mas escreveu Motel. Rsrsrs.

Ao invés de saco plástico preto, o interior do envelope era com outro envelope de papel, esse preto, mas que já estava meio rasgadinho.

O resultado foi bem interessante. Um lado do papel 30x40cm estava completamente velado, como uma nuvem. Escolhi três negativos para produzir uma pequena série incorporando essas nuvens negras.

Ampliador 8×10″ • objetiva e testes

Há um tempo atrás eu comecei a postar algumas coisas sobre um projeto antigo, um ampliador para filmes em formato 8×10″. Esse projeto estava andando lentamente até que surgiu num site de leilões uma lente JML 210mm perfeita para a tarefa. A lente correu o mundo e chegou até aqui.

A primeira providência foi uma limpeza profunda de todas as superfícies de vidro e depois comecei a pensar em como colocá-la no chassi do Durst. A lente veio acompanhada de um lensboard quadrado de metal. Um anel aparafusado ao lensboard era onde a lente ficava rosqueada para estar presa ao lensboard.

O anel por si só era o adaptador perfeito para encaixá-la no Durst. Mantendo o anel preso a lente, usei uma lima de metal para desgastar o anel em três pontos, assim fazendo-a caber direto no encaixe de 77mm dos lensboards do ampliador Durst.

Cometi um erro bem bobo e a escala de aberturas da lente acabou virada para trás. Tive que colar uma etiqueta branca na lente para ter uma segunda escala virada para frente.

Aqui o ampliador já montado na coluna do Durst M800.

E um outro detalhe mais lateral da montagem.

Escolhi uma foto de um jacaré inflável para meu teste inicial. O tempo de exposição ficou em quase 4 minutos com a lente toda aberta (f/8). A luz da cabeça é bem fraca, mas isso é aceitável, já que minha idéia por enquanto é fazer cópias coloridas.

Testei ampliações entre 30x40cm e 70x90cm. A lente se comportou muito bem.