Linhof Technika II 13x18cm • parte I

Voltei de Biévres com essa câmara.

Depois da mudança para Portugal tinha ficado sem nenhuma câmara de grande formato e recentemente tinha conseguido trazer do Brasil um pacote que tinha deixado reservado lá. A caixa continha filmes 5×7″ e 13x18cm, chassis para filmes e algumas outras peças para reformar uma futura câmara nesse formato que é o meu predileto.

Vi a câmara no sábado. Após ler esse post aqui sobre ela, bolei um plano de como poderia reformá-la para poder usá-la. Dai no domingo tomei coragem e comprei a dita. Era exatamente o modelo que eu procurava, parecida com as Technikas modernas que eu amo, mas muito mais barata. A necessidade de reforma facilitou a aquisição, mas ao mesmo tempo precisava ter certeza de que tudo que eu ia precisar ou eu já tinha, ou eu conseguiria muito facilmente.

Depois que voltei para Braga, comecei uma limpeza e também a retirada da traseira. Descobri que o ano de fabricação foi 1944.

Uma das peças que eu tinha guardada era uma traseira em madeira da marca Burke & James. Apesar do visual não combinar, o tamanho era perfeito. Usei cola epóxi e alguns parafusos para promover essa nova união.

Com isso feito, comecei a pensar em objetivas. Queria usar a minha G-Claron 150mm com certeza. Tenho uma Aldis de aproximadamente 275mm que também queria poder usar.

De uma tampa de caixa de vinho cortei alguns quadrados com 10,3cm de lado. Fiz chanfros na parte superior e inferior para encaixar na câmara e com uma serra de fio eu cortei os furos em algumas dessas placas.

Depois que as placas estavam secas, comecei a ajustar as objetivas nelas. Acabei fazendo uma placa para uma objetiva Petzval também. E para essas objetivas sem obturador, improvisei um com um pedaço de veludo preto colado num darkslide 9x12cm.

Ainda preciso providenciar um pano preto para poder compor e focar as imagens. E pensar em como processar as chapas. Falo disso tudo em breve.

15 de Setembro • hall do prédio

Há uns anos eu sai do elevador no fim do dia e dei de cara com um raio de Sol atravessando o hall dos elevadores do prédio. Era 15 de Setembro, 16h45. Fiz uma foto de celular e coloquei o JPG na pasta Lugares para Fotografar.

Os anos passaram e eu não lembrava. Até que agora, em 2018, eu lembrei.

Montei a 5×7″ com uma grande-angular, levei uns 20 minutos até deixar tudo retinho. Ainda bem que eu comecei mais cedo. Dai fiquei esperando e fazendo as fotos que aparecem aqui.

A grande-angular (para 5×7″) é a 150mm G-Claron que aparece aqui.

Depois da chapa lavada, fiz um clique com o celular para ver se a imagem estava lá. Ainda revelei mais uma outra chapa com mais 50% de tempo de revelação para um opção com mais contraste.

De Vere 504 • Conversão para 5×7″ parte I

A idéia era antiga, transpor a cabeça do Elwood para um coluna menos problemática.

Comecei a juntar alguns pedaços de madeira e alumínio. Usei uma tupia manual para vazar as placas de compensado que formarão uma extensão. As peças de alumínio servirão para prender essa extensão na coluna.

Uni as duas peças de alumínio com rebites e ameacei na posição para essa foto.

Aqui as placas já formam um bloco que está sendo colado com epóxi no alumínio para facilitar o alinhamento na hora de aparafusar e unir os dois materiais.

A peça inferior da cabeça do Elwood ainda será cortada (nas linhas azúis) para alinhar os furos.

Aqui o problema visto de outro ângulo. Também dá para ver a altura que o bloco ficou, 50mm ou 5 pedaços de compensado de 10mm.

Grande Formato • idéias e soluções

Recentemente me envolvi em algumas discussões sobre grande formato (câmaras fotográficas de filme de 4×5″ e maiores). Tudo começou quando Belém perguntou o que levava a gente a ainda usar câmaras grandes. Depois a Denise perguntou de maneira diferente algo parecido.

Hoje em dia muitos que não usam grande formato parecem interessados em saber porque os que usam ainda o fazem, já que é tudo tão pesado e lento. Vivemos num mundo que se imagina rápido e leve.

Confesso que me interessei desde sempre por esses formatos. Construi minha primeira 4×5″ em 1993. Tem umas fotos disso no texto do TCC que está na página Guloseimas. Eu acabei construindo e juntando câmaras nos 3 formatos principais: 4×5″, 5×7″ e 8×10″. Acho que o predileto é o 5×7″, já que ele é ligeiramente mais comprido.

Ao contrário desse questionamento coletivo o que me interessa mais nesse momento é definir um lensboard padrão. E o que parece uma questão muito mais simples e não tão conceitual tem me dado muito trabalho.

Em 4×5″, meu conjunto mais antigo é o da Busch Pressman. É um conjunto portátil, ele cabe numa Domke F1x ou mesmo numa mochila Alhva: câmara, 90mm Raptar, 135 Trioplan (nem coating tem…), 250mm Tele-Optar, alguns holders, cabo disparador, fotômetro e uma lupa improvisada. A minha Pressman é o resultado da fusão de duas que encontrei pela vida. Tem um capuchão da Graflex na traseira, uma adaptação para caber direto num tripé Manfrotto. Tirei fora o telêmetro e tudo mais que fazia peso extra sem ter utilidade.

O lensboard da Pressman é tão chato de fazer ou encaixar em outro lugar, que acabei deixando de lado qualquer idéia de juntar essas lentes a outra câmara, sendo assim esse kit é independente.

Também em 4×5″ tenho uma Toyo G monorail (das antigas que não trocam de fole). Com ela ganhei um adaptador de lensboard Technika e dois lensboards (que no momento tem uma 210mm Symmar e uma 250mm Tele-Xenar, ambas arcáicas). Depois disso descobri que a Shenhao usa os mesmos lensboards e que eles são super fáceis de achar e comprar direto da China pelo eBay. Comecei a investir em mais alguns. O lensboard da Technika/Shenhao é pequeno, tornando tudo mais portátil, não é à toa que muitos fotógrafos optam por esse modelo de lensboard. Isso acaba sendo bom, já que existem adaptadores para Technika para quase todas as câmaras. Por outro lado às vezes ele é pequeno demais.

Em 8×10″ uso uma Agfa Ansco de madeira. Construi vários lensboards para ela, são fáceis de fazer em madeira compensada mesmo, 21x21cm aproximadamente. Algumas outras lentes eram compartilhadas com uma Burke and James 4×5″/5×7″ com seus porta lentes de madeira com 15x15cm: 240mmm Claron, 155mm Cooke Series VIIb e 260mm Cooke Series II. Para esse compartilhamento fiz um adaptador de 15x15cm para 21x21cm. Agora vou precisar fazer mais um adaptador para usar as lentes nos boards da Technika na 8×10″ e pensar quais lentes terão que estar em lensboards compartilháveis.

Em 5×7″ agora terei um Toyo Field 4 3/4 x 6 1/2 antiguinha que estou reformando. A princípio pretendo conseguir adaptar a frente dessa Toyo para só aceitar os lensboards da Technika, deixando tudo mais fácil. No momento ela aceita os da Graflex, o que dá uma enorme confusão.

Para encerrar o problema, encontrei um back 5×7″ para a Agfa Ansco. Isso serve para alguns raros momentos em que eu quiser usar as lentes enormes (Cooke series II e 500mm Kodak que não caberiam num lensboard Technika) com esse formato.