
Paraty Em Foco foi super interessante. O evento continua um sucesso. Quando chegamos quarta-feira a cidade ainda guardava um certa calma e tranquilidade. Na medida em que o sábado se aproximava, vi mais e mais pessoas com suas câmaras lotando as ruas da cidade.

Momentos muito bons: entrevista com Francesco Zizola onde se falou de estética e conteúdo na fotografia, sobre Photoshop, Flickr e outros; papo aberto com Diógenes Moura, super informal e direto ao ponto lá no Cinema Velho, franco, aberto, inspirador; entrevista com Rosângela Rennó, instigante; pode entrar no trailer do Cidade Invertida e ver a Matriz de ponta-cabeça; fotos noturnas no caís de Paraty; reencontrar amigos e ficar de papo-fotográfico-nonstop.

Já falei disso aqui na época do Campus Party. É a questão do que se deve levar a um encontro desses. Como o encontro era em Paraty ninguém esqueceu de levar câmara fotográfica, o encontro funcionou como uma grande saída fotográfica. Mas isso é um lance individual, ou seja, cada um aproveita isso só, não há muita discussão e conversa na hora de fotografar entre colegas. No âmbito do encontro, do festival, se presume que as pessoas estão indo lá também para conversar sobre fotografia. As entrevistas, palestras, projeções são pontos de partida para essas conversas. O outro ponto de partida são os trabalhos dos próprios fotógrafos que estão indo ao encontro. E ai, eu imagino que o mínimo que se deve levar a um encontro é uma pequena pilha de fotos impressas ou um laptop com imagens eletrônicas. Isso é o mínimo. Assim, quem quer que você encontre terá a possibilidade de ver o que você anda fazendo. O programa do festival tinha um guia de sugestões que incluia algumas sobre isso, inclusive algumas noções de etiqueta para encontros do gênero, vale a pena ler no site do Paraty Em Foco. Na verdade esse é o motivo básico com encontro, para que essas informações passem a diante, para outros saibam o que você anda fazendo fotograficamente. Foi bacana porque o pessoal da Emporium montou um bureau de impressão no meio do encontro, o que gerou uma exposição coletiva caótica dos participantes que lá levaram fotos para serem impressas. Esse foi um jeito bacana de promover esse conhecimento do que se faz ali ao seu lado. No meu caso, eu levei para Paraty um monte de idéias que eu queria discutir, perguntas, levei também um boneco de um livro que eu estou preparando que eu mostrei para quem tive a oportunidade de encontrar com calma lá. A proposta de dar uma aula experimental por lá no fim ficou abalada pela correria que é participar do festival em si.

Já no fim da entrevista com a Rosângela Rennó alguém perguntou para ela porque ela havia matado aquelas câmaras (as do projeto Última Foto). Para quem não sabe ela emprestou a 42 fotógrafos câmaras que ela adquiriu de feirinhas de antiguidades para que eles fizessem a última foto daquela câmara e depois pintou as lentes das câmaras de preto. Muito se falou da felicidade ou da infelicidade das perguntas realizadas durante as entrevistas e palestras. Essa também causou. Mas a resposta foi muito interessante e abriu uma fala por parte da artista que me interessou bastante. Ela explicou que essas câmaras tinham deixado de ser objetos esquecidos nas feirinhas e passaram a ter uma vida especial dentro de museus. Que o valor delas ali, com as lentes pintadas era cada vez maior, pela transformação que elas poderiam causar nos observadores delas ali, pintadas e expostas. Dai ela explicou o mecanismo que age dessa forma, onde esse pensamento se apóia. “O ruído é que ativa o observador.” Pirei. Acho que essa argumentação é tão importante. Fez um sentido enorme ouvir isso ali.
foi bem bom. voltei maluca. e cheia de idéias.
FIQUEI CONTENTISSIMA DE SABER A RESPOSTA DELA A ESSA PERGUNTA… foi uma das primeiras que me fiz quando vi esse trabalho dela… ainda outro dia na faculdade comentei com alguém sobre ele e a dúvida veio outra vez, mas porque “inutilizar” as cameras; não tinha pensado nisso, alias acho que não chegaria ai sozinha… demais!!!
conta mais de paratyyy rs rs rs
e a oficina???