Trinta anos depois, as fotos dos meus bisavós se reencontram com o ar seco. À medida que perdem a umidade, se retorcem tentando se esconder da luz.
A vida é sempre a mesma e sempre o mesmo
O homem que a sonha nova e singular
E vai vivendo, e vai sonhando a esmo,
Iludindo a si mesmo
Pela doce mentira de sonhar
O destino não volta, e sempre adiante
Os homens leva para a mesma dor!
Mas em meio à miséria circundante,
O homem prossegue adiante,
Para o clarão do uimérico amor.
Nada perturba a marcha do universo.
Inútil ilusão a de viver.
Mas canta o poeta, e quer conter num verso
Tôda a luz do universo
E a grandeza dinâmica do ser.
Septicismo é uma poesia inédita da minha bisavó Anna Amélia.

gostei do poema. detalhe: creio que faltou uma letra Q antes de uimérico. Uimerico não existe no Aurélio atual, se existisse seria vizinho de ufologia e de uiofobia.